sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ilusões e Realidade

“- Ilusões são como miragens. São coisas que de fato não existem, mas que podem ser vistas com muita nitidez.
- Como é que se pode ver alguma coisa que não existe?
- Às vezes é muito mais simples do que ver as coisas que existem. Por exemplo, se alguma coisa existe, você só pode vê-la com os olhos abertos, mas, se não existe, pode ver perfeitamente com os olhos fechados. É por isso que as coisas imaginárias são quase sempre mais fáceis de ver do que as coisas reais.
- E onde fica a realidade?
- Aqui mesmo.
Olharam a volta mas não havia nada para ser visto. Eram multidões que passavam as pressas, sem desgrudar os olhos do chão, parecendo saber exatamente para onde iam, subindo e descendo ruas inexistentes, entrando e saindo de edifícios invisíveis.
- Não vejo cidade alguma.
- Nem eles, mas não faz a menor diferença, porque não sentem falta dela”. (Norton Juster)
E é assim a vida... Andamos sem perceber o que temos a nossa volta, se tirássemos, não faria diferença. Falamos com as pessoas sem olhar nos olhos, se fossem robôs, não faria diferença. Criamos nossas percepções, se são verdadeiras, não faz a mínima diferença.
O importante mesmo é estarmos pensando que todo este mundo de ilusões é realidade. Se são ilusões, o que importa? Seria assim?
É melhor estar numa ilusão feliz, ou numa realidade triste com poder de mudá-la? É melhor estar numa ilusão realizado ou numa realidade realizado? O primeiro caso, sem problemas e mais tentador; o segundo caso, mais problemas e menos tentador. Entretanto, na realidade, podemos imaginar o melhor e crescer para chegar lá. Na ilusão, o perfeito não nos permite crescer, a cidade, os robôs, as pessoas, a política, a educação, o futuro... não importam, não são reais no mundo ilusório, logo, não fazem diferença.
 Menumak - Iara Margolis - 10/12/2010

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