terça-feira, 17 de maio de 2011

Olho por olho e dente por dente

Consta no código de Hamurabi (Babilônia, 1780 a.e.c.) a lei de talião, cuja frase conhecida nos tempos atuais é: “olho por olho e dente por dente”.
Esta lei introduziu, na época, um código de conduta para a sociedade com o intuito de evitar que a justiça fosse feita por cada um, delimitando a sentença a uma correlação e semelhança entre o mal causado e o castigo imposto, sendo uma espécie de castigo-espelho (Wikipédia).
Este código era utilizado há, quase, 3.800 anos. Como uma evolução perante a cultura babilônica. Hoje, 3.800 anos depois, cá estamos novamente com a adaptação da lei de talião a olho por dente, dente por olho ou olho por dente e olho.
Afinal, os tempos mudaram, a sociedade “evoluiu”, mas o nosso espírito de vingança permanece. O que muito vejo, são pessoas que sofreram buscar um castigo-espelho, que o causador do mal sofra ou mais ou tanto o que sofri. E o perdão? Fica a margem da sociedade...
Iara Margolis - Menumak 17/05/2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Motor Reflexão

Reflexão. Eis a palavra mágica.
Como se fosse um motor, cujo impulsiona e dá movimento ao ser.
Ser, este, que muitas vezes precisa de um motor barulhento e irritante, para poder conseguir se [re]encontrar e depois de muito esforço e sofrimento, movimentar-se para frente.
Existem vários tipos de motores. No caso, o motor-reflexão seria uma mistura entre o motor de combustão interna, o motor de explosão e o motor de reação.
Todos os dias aqueles seres são inseridos em um sistema, onde passam por experiências que exigem produções. Estas produções variam desde a produção por projeto, com alto grau de personalização, baixo volume e baixo nível de repetição, até a produção contínua, com alto volume, alto grau de repetição e baixa personalização.
Para sobrevivência, os seres ligam seus motores, ou em modo automático ou em modo reflexão.
O automático tem como vantagens ser mais econômico, exigir menos, ou pouco, ser fácil de utilizar e rápido, como desvantagens aparece a subutilização e a eficiência, afinal, não se sabe se a inércia está estagnada ou em movimento contínuo; e, se este movimento está para frente ou para trás. Já o motor-reflexão, consiste em uma série de desvantagens. Se destaca por ser um motor mais barulhento, menos econômico, repleto de dor, questionamentos e lentidão. Há apenas uma singela vantagem que é saber que se está progredindo. Nesta função, aciona-se a reação interna e espera-se uma explosão.
O resultado? Quem sabe um inexistente mundo verde, ou um lento e confuso mundo real?!
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Texto adaptado do texto produzido na aula de didática do ensino superior
Iara Margolis - Menumak

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cuidado: Perda de tempo

Constantemente escutamos alguém nos alertar que o que estamos fazendo é uma tenebrosa “perda de tempo”. Essa malvada perda varia de acordo com o freguês. Pode ser desde utilizar algum equipamento eletrônico, tal como, TV, computador, celular, videogame... até um simples cochilo pós-almoço. Alguns, mais conservadores, acreditam que o ato de sair se encaixe neste quadro, outros, mais ousados, acreditam que seria o ato de estudar.
Enfim, depende muito de quem está no lado do acusador. Mas o que realmente o acusador deseja dizer quando se refere ao julgar o outro?
a)      Carência – uma das facetas para a palavra perda é a carência. Neste caso, se o outro faz algo que eu gostaria de fazer, mas por algum motivo mais forte sou privado de tal, pode significar que este outro tem tempo ou disponibilidade para isso, gerando um sentimento de carência e uma alfinetada ao “desocupado”;
b)       Pitadinha de inveja – afinal, uma outra faceta da perda é a inveja. Este viés é um pouco mais forte, uma vez que o acusador sente um certo desgosto pelo bem/ato alheio;
c)       Prejuízo – também um outro significado para esta palavra de ausência. Entretanto, neste caso, o acusador vê um atraso no ato que o outro está fazendo. Se tornando uma crítica mais consistente. Sai da percepção do sentimento e passa para um desprezo, ou um desgosto, pela ação;
d)      Um dano – por fim, o dano. O acusador que está no nível do dano, é o pior de todos. Ele vê aquela “perda de tempo” como um estrago, um desrespeito ao tempo. Como se o atuante fosse um assassino e estivesse matando o tempo.
Desta forma, podemos perceber que esta acusação é composta de duas pessoas com percepções diferentes perante uma ação. Ação, esta, na qual passa de um problema mal resolvido ao desprezo, ou estrago.
E, assim, podemos , ainda, perceber que em todo o momento a “perda de tempo” se encontra na percepção de um dos lados. Na realidade, a perda de tempo nada mais é do que uma ação fraca na escala de prioridades do acusador. O que não implica de ter o mesmo grau na escala de prioridades do atuante. O que nos leva a concluir que a “perda de tempo” é flutuante e oscilante de pessoa para pessoa.  Logo, irresoluto e indeciso.
Dera eu ter tido a perda de tempo do criador do Facebook.
Iara Margolis - Menumak

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Decálogo: Será que nossa sociedade seria aprovada?

Os Dez Mandamentos, segundo a história judaica, foram entregues ao povo hebreu por D-us, via Moshe Rabeinu (Moises), no Monte Sinai.
Com algumas adaptações, os Dez Mandamentos foram incorporados por diversas religiões como um código de conduta.
Se fossemos analisá-los nos dias atuais, o que será que nossa sociedade estaria cumprindo? Analisaremos na 1ª pessoa do plural (nós), como uma sociedade, uma generalização do que aceitamos ou nos acomodamos e disciplinamos a aceitar.
Pularemos os mandamentos de cunho religiosos e passaremos a analisar os de conduta e procedimentos éticos e morais.
4. Lembra-te do Sábado (ou Domingo, dependendo da religião)... Nesse dia, não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem... ninguém.
Este mandamento seria dar um descanso ao mundo pelo menos um dia na semana. Isso faz bem ao planeta, à pessoa e à sociedade. Um dia de descanso não seria nada demais se não fosse em uma sociedade capitalista onde tempo significa dinheiro.
Atualmente, pensamos em como trabalhar 30 horas por dia, 7 dias na semana. Reconfiguramos o tempo. Temos que otimizar tanto o nosso tempo e torná-lo tão produtivo que esquecemos do básico, precisamos descansar e que a vida é mais do que isso.
Logo, fomos reprovados neste item!
5. Honra a teu pai e tua mãe
Estamos cansados de ver na televisão caso de desrespeito entre os filhos perante os pais. Casos como o de Suzane Richthofen estão acontecendo com intensidade gritante. Não apenas estamos perdendo o respeito pelos nossos pais e pelos mais velhos da sociedade, como também os pais estão perdendo o respeito pelos filhos. Mães, pais e filhos que matam, atiram, maltratam, abandonam já são manchetes banalizadas que nem chocam mais...
Infelizmente, também fomos reprovados.
6. Não mataras
Antigamente um assassinato era capa de jornal, hoje algo que não remete a violência se torna capa de jornal e manchete no mundo. Estamos tão acostumados a esse que nem nos damos conta de como não nos surpreende mais esses atos.
 Reprovados!
7. Não cometerás adultério
Mais um valor que a sociedade incorporou. Quantas vezes não escutamos a frase “todo mundo foi ou vai ser corno?” Infelizmente, o respeito ficou em algum momento da história e não conseguimos mais resgatá-lo.
Além da falta de respeito comentada no item anterior, acrescentamos aqui a perda de respeito também ao nosso companheiro/a (que hoje é companheiros e companheiras), amigos, sociedade e conosco mesmo. Pois se nos respeitássemos, conseguiríamos respeitar os outros e cobrar o respeito alheio.
E, novamente, reprovados...
8.  Não furtarás – roubarás
Roubamos o tempo todo. Roubamos o tempo das pessoas quando fazemos elas esperarem; roubamos a paciência, roubamos a felicidade, roubamos o bom humor, roubamos bens materiais e bens emocionais.

Fora aqueles mais ousados que roubam dignidade e até vidas...
Se bem, que se roubássemos beijos, abraços, compaixão e solidariedade, acho que receberíamos um desconto e seriamos aprovados.
Reprovados
9. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo
Novamente seremos reprovados?
Constantemente mentimos para nos livrar. Colocamos a culpa até no cachorro para informar a professora o motivo de não entregar a tarefa. Levantamos, constantemente, falso testemunho. Não é a toa que precisamos de uma justiça, que muitas vezes é injusta com o intuito básico, de apenas, demonstrar que não confiamos mais no nosso próximo. Tem gente disposta a tudo para poder tirar vantagens.
Mais uma reprovação.
10. Não cobiçaras.
Cobiçamos o que os outros tem, e nós não temos; Cobiçamos a felicidade, o dinheiro, o sucesso, a fama, as viagens, a família, a mulher, o marido, os filhos, os pais, o cachorro, o papagaio... Muitas vezes precisamos perder para podermos ver que tínhamos e não demos valor.
Reprovadíssimos.
Infelizmente, nossa sociedade seria reprovada.
Vivemos em um falso moralismo, em um falso regimento de conduta e procedimentos, onde na aparência tentamos demonstrar a sociedade quem não somos e nos bastidores agimos como queremos e, mesmo sabendo que muitos agem assim, fingimos acreditar que todos são como queriam que acreditássemos em quem são.
E o pior, é que vemos a próxima geração assistindo tudo isso como se fosse normal.

Espero, apenas, que eles sejam uma antítese do que somos, e com suas próprias idéias consigam mudar este caminho.
Iara Margolis - Menumak

segunda-feira, 2 de maio de 2011

In-formação X I-formação: uma dose de alienação e outra de imersão.

Muitos dizem que estamos na Era da Informação, uma era [pós]moderna, cujo deu um novo paradigma para a sociedade. Onde o aprendizado, a educação e o conhecimento se tornaram fatores importantes à sociedade e aos indivíduos.
Porém, podemos dar um outro viés a esta era. Iniciaremos com a Era da In-formação.
In tem uma conotação de negação, neste caso, a negação a formação. Uma contradição diante da era da informação, onde potencializamos o ser “educado” e com conhecimento. Todavia, quando analisado o que seria a formação, podemos ver que potencializamos a formação informativa e desprezamos a formação pessoal e social. Desprezamos o caráter e a essência da palavra educação.
Segundo o dicionário online Priberam, educação é o conjunto de normas pedagógicas que tendem ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito; o conhecimento e a prática dos usos da gente fina; instrução, polidez, cortesia. Ainda segundo o dicionário, educar significa dar educação a; adquirir os dotes físicos, morais e intelectuais que dá educação.
Diante disto, podemos perceber que desprezamos as palavra cortesia e principalmente morais e desenvolvimento do espírito. Negamos e desvalorizamos estas palavras, podendo chegar ao cúmulo de se tornarem elogios ou vergonha em tê-las perante um determinado contexto ou grupo.
Se analisarmos o In na língua inglesa, vemos que pode significar dentro, interno, ou quem vive dentro, no nosso caso, de uma era de informação superficial, teórica e externa.
Seguindo com o segundo viés, podemos também estar na era da I-formação, ou eu formação.
Uma era egocêntrica, ego-expansiva e de egolatriada (idolatria ao ego). Onde criamos um espelho constante aos nossos interesses e nossas vontades e esquecemos que o espelho nada mais é do que um vidro com, geralmente, uma camada de prata. O problema consiste no efeito do espelho: quando atingido por um feixe de luz, este reflete e atinge nossos olhos permitindo a reflexão da nossa própria imagem. E, “desconsiste” no efeito do vidro de ser transparente, como uma janela, protege permitindo ver o horizonte ao mesmo tempo em que dá uma possibilidade de ver um reflexo do nosso ser estendido nesta imagem.
Assim, vivemos numa era contraditória, estamos imersos dentro de um lado obscuro do nosso próprio ego e negamos uma formação consistente do nosso verdadeiro in. Negamos um aperfeiçoamento da nossa formação, da nossa essência. Estamos dentro de uma era que paradoxalmente vivemos dentro do “eu” e alienados a este “eu”.
Iara Margolis - Menumak

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A tragédia anunciada?

Previsão é o ato ou efeito de prever, ou seja, ver com antecipação ou ter uma visão prévia sobre.
Algo interessante neste ato é que nele reside uma distinta atividade humana onde consegue montar cenários futuros e suas consequências, permitindo, também, uma preparação prévia para adequar tais consequências da melhor forma possível aos integrantes.
Hoje em dia, a previsão é algo muito positivo e intrínseco dos nossos dias. Criamos expectativas, sonhos, objetivos e metas em nossas ações, desde a mais rotineira à mais extravagante. E, em contra partida, essas mesmas expectativas fazem que tenhamos sentimentos prévios em relação ao mesmo.
Entretanto há outro lado, quando focamos muito nas previsões minimizamos o acaso e terminamos esquecendo que podemos ser surpreendidos pela vida, ou ainda, que podemos estar enganados e ser surpreendidos por previsões equivocadas montadas por nós mesmos, o que poderíamos chamar de: ter caído em armadilhas da mente.
Armadilhas, estas, que criam monstros e viseiras nos quais nos cegam diante, algumas vezes, do óbvio. Sofremos por antecipação, nos armamos e munimos ao extremo para uma situação que não aconteceria, ou que não seria tão grave, a não ser que, acreditássemos tanto que ela aconteceria que guiássemos os nossos esforços para ela realmente acontecer daquela forma. Como se fosse um ímã, atraindo o que almejamos e repelindo o que poderia acontecer.
E assim, anunciamos uma tragédia.
Tragédia, obviamente, é de um gênero trágico, podendo ser definida como algo triste, grave ou perigoso, ou ainda uma situação com desfecho fatal ou cruel.
Anunciar é comunicar publicamente, indicar com antecedência.
Desta forma, indicamos com antecedência e publicamente um desfecho cruel ou fatal de algo que ainda não ocorreu. Para tentar sair do fatal, minimizar os efeitos e não ser surpreendido pelo acaso, nos munimos contra um futuro. Muitas vezes com uma dor, que no futuro, um pouco mais distante, pode nos mostrar como aquele fatal nada mais era do que algo enriquecedor e extremamente positivo; com um desfecho alvorecente.
Iara Margolis - Menumak

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Casamento Royal


Estendam os tapetes vermelhos, se preparem para o glamour da década…

Senhoras e Senhores, estamos nos aproximando de mais um grande momento para a história (e manchetes) do mundo inteiro: o casamento real britânico.

Uma ostentação, o custo varia de jornal para jornal, de moeda para moeda e de site para site. O ponto é que não será nada com menos de 7 zeros.

Infelizmente, não consegui achar dados que comparassem o custo do casamento desta geração com as gerações anteriores, do presente com o passado. Por um lado os 7 zeros pode representar uma festa mais “consciente”, leia-se, mais realista aos tempos competitivos (e por competência) modernos; ou uma festança tanto quanto as anteriores.

Por este motivo, seria um equivoco questionar o glamour da festa, afinal, cada macaco (ou realeza) no seu galho (trono).

O que me incomoda profundamente é ver jovens com tantos poderes e influências mundiais fazendo tão pouco para melhorar o mundo.

Pode ser, até, uma ignorância de minha parte, mas, infelizmente, não me recordo de um ato que repercutisse 25% do que o casamento está repercutindo estes últimos tempos e de um bom exemplo pessoal feito que estivesse 10% de fãs que este último esta tendo...

Enfim, a história está sendo construída e sempre pode nos surpreender positivamente.

Por enquanto o que podemos fazer é esperar, assistir e seguir aquela velha e boa propaganda:
Abra a boca, é Royal! 
Iara Margolis - Menumak

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A preocupação perdulária

 Você merece, sua família merece, você ainda vai ter um, [e] sua felicidade está aqui!
Slogans jargões, que conseguem fazer com que as necessidades do ser humano se transformem. Numa inversão de valores ameaçadora à sociedade.
Antes o ter era mais importante que o ser. O que a pessoa possuía era mais importante do que quem a pessoa era. Hoje, a situação está mais preocupante.  A hierarquia aumentou.
O ser visto se tornou mais importante do que o ter, que por sua vez é mais importante que o ser.
As mídias sociais demonstram uma carência de afeto e um desespero dependente pela saída do anonimato. As publicidades demonstram uma sociedade que necessita ser guiada, egocêntrica e frágil extremamente dependente de bens e serviços para conseguir ser feliz e, assim, se tornar especial.
Em um conjunto de desprezo da essência humana juntamente com a dissipação dos valores, os valores  consumistas tendem a nos fragilizar emocionalmente, tornando-nos pessoas viciadas, condicionadas a sentirmos ser o que a sociedade entende que nos temos e, assim, moldar quem somos.
Para quê se preocupar com questões filosóficas, ter que pensar e nos desafiar, se podemos facilmente comprar nossa felicidade? E, depois, ainda aumentar esse significado mostrando a todos aquilo que almejamos ser, tentamos ser ou compramos o nosso ser? A superficialidade termina nos consumindo. Afinal, nós merecemos ser felizes.
Iara Margolis - Menumak

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quando a burocracia se torna uma sumidade

Papéis, procedimentos, regras, controles, restrições, obrigações, mais papéis, mais procedimentos e mais, mais, mais...
Bem vindos à burocracia.
Vários procedimentos que foram criados, estabelecidos, transformados em regras e depois esquecidos de serem revisados e reavaliados. Que, por alguma razão, esqueceram de por indicadores que mensurem sua eficácia e a (in)satisfação do consumidor...
Procedimentos, estes, que muitas vezes cegam os operadores e transformam o homem em uma máquina de reproduções de exigências, talvez, desnecessárias. Que fazem do ser humano atuante um escravo da complexidade, limitando-o a um ser operacional ilógico.
Não adianta questionar, argumentar, tentar, fracassadamente, demonstrar que poderia ser diferente. Simplesmente, escutaremos a frase mais esperada: “são os nossos procedimentos”.
E assim, a burocracia se torna uma sumidade. Uma personalidade importante, sábia, que se sobressai. Ou, irônica e contraditoriamente, como diria o próprio significado da palavra sumidade, se sobressai pelo saber.
Ai ai... saber. Antes que soubessem o que estão fazendo, ou que soubessem que não raramente estão sendo impessoais, redundantes e desnecessários.
Antes que soubessem que a burocracia existe graças e para os homens. Sem eles  (nós), não haveria ninguém para pedir seus autógrafos.
Menumak - Iara Margolis

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Dulgente


Se indulgente é aquele que tem disposição para perdoar , compreender ou desculpar e que mostra disposição favorável a algo; e se “in” é, em muitas vezes, empregado no sentido de negação. Numa (in)lógica, a negação de indulgente, seria O “Dulgente”

O Dulgente é aquele que não tem disposição para perdoar, se desculpar, compreender; é aquele que, por essência, é intolerante a algo ou alguém.

Digamos que dentro de cada um de nós vive O Dulgente. Ele está ali, sempre pre-julgando e criando pré-conceitos sobre algo ou alguém. É como se ele fosse aquele diabinho que fala em nossa cabeça nos induzindo a algo que racionalmente (muitas vezes) sabemos que é errado, mas no emocional, ele está lá esperando uma fragilidade para nos dominar. Ele é responsável, muitas vezes, por nos tornarmos pessoas melhores, por nos desafiar e por nos dar a oportunidade de lutarmos contra nós mesmos e superarmos nossas falhas humanas.

Todos nascemos com essa disposição. Somos disciplinados a não aceitarmos o diferente do que somos, talvez por sobrevivência, talvez por instinto ou talvez por autoproteção.

Independente do motivo, o problema se dá quando o “diabinho”  ganha do “anjinho” e o que era uma disposição se torna uma opinião, ou pior, uma ação.

Quando nosso Dulgente esta simplesmente voltado para nossos conflitos pessoais, ok. Quando ele passa a se tornar uma opinião e uma ação, já saímos de nossa esfera pessoal e passamos para a social. Podendo, assim, desrespeitar aquele que é diferente de nós ou até cometer atos violentos levantando bandeiras fóbicas.  

Para agravar a situação quando O Dulgente começa a ganhar força social (em mais de muitas pessoas), nos deparamos na sociedade atual. Onde a intolerância ao diferente e o individualismo nos fazem prisioneiros de nós mesmos e de nossos problemas. Onde a disposição para perdoar se torna uma vergonha, desculpar uma glória e compreender um tesouro.

Ai sim precisamos voltar ao “in” e fazer uma negação a nós mesmos, nossa sociedade e nossa era; E, assim, nos tornarmos mais indulgentes, dividualistas e tolerantes.
Menumak - Iara Margolis

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sodoma e Gomorra da Era Atual...

Tsunamis, terremotos, enchentes, fogos, furacões...

Infelizmente, estas palavras não são mais meras palavras cujo temos obrigação de aprender na escola para sabermos que existem e quais são suas “supostas” conseqüências. Essas palavras, hoje, já não são tão irreais... representam desastres naturais constantes, dor, sofrimento, manchetes, prejuízos, assuntos, especulações e preocupação com o futuro para a sociedade “moderna”.

Por volta de [leia-se arredondando para] 2000 a.e.c., Sodoma e Gomorra foram duas cidades destruídas por fogo e enxofre. Um desastre natural, enviado por D-us, devido a prática de atos imorais. Porém, antes, dois anjos foram enviados para tentar salva-las.

Atualmente, 2000 anos d.a.c., a imoralidade ainda reina sobre os seres humanos. Entretanto, pautado por um regimento de conduta sócio-cultural para uma convivência “pacífica” regada por direitos entre os seres racionais e poucos deveres perante o próximo e o habitat em que vivemos.

Quase 4.000 anos depois da destruição de Sodoma e Gomorra, nunca se viu [pelo menos não se tem registros] de tantos desastres naturais com conseqüências tão devastadoras, em um espaço tão curto de tempo.

Uns atribuem ao fim do mundo, outros a um período normal de desastres, outros as ações humanas contra a natureza, outros a D-us pelos nossos atos na terra...

O motivo real, nenhum mortal tem a certeza. Mas, independente dos motivos, tantos desastres naturais com tantas conseqüências, servem como um alerta para fazermos uma auto-avaliação pessoal e social, serve para repensarmos e refletirmos sobre o nosso futuro. Serve para vermos que julgar o passado é sempre mais fácil que prestar atenção em nosso presente. E, quem sabe, para nos despertarmos que não basta termos tecnologia para prever o futuro se não temos maturidade para trabalharmos o presente e mudarmos o futuro.

Talvez, possamos ser Sodoma e Gomorra da era atual, e a tecnologia os anjos nos enviados para tentarmos mudar o nosso futuro.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nosso futuro


Recentemente perguntei a uma criança mais humilde porque ela não estudava, ela me respondeu que não gostava e não via necessidade. Quando tentei explicar a importância do óbvio, para mim, ela me interrompeu e falou: “Tia, isso é coisa para doutor, eu quando crescer vou fazer filho e vive do bolsa família!”

Um menino que estava perto escutando a conversa falou com orgulho: “e eu, vou viver do auxílio desemprego”

Esse é o nosso futuro!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova?


Mais um ano se passou no calendário gregoriano. O sentimento, como todas os outros anos, é de renovação.

Todos felizes e pensativos. Na espera do novo, de um recomeço, de uma nova oportunidade de mudar o que antes não conseguiu ou não pode.

Depois de pouco tempo, essa motivação sai da cabeça de muitos, o sentimento de fraternidade e solidariedade também se dissipam tão rápido como chegaram. E, quase tudo, volta ao normal.