Previsão é o ato ou efeito de prever, ou seja, ver com antecipação ou ter uma visão prévia sobre.
Algo interessante neste ato é que nele reside uma distinta atividade humana onde consegue montar cenários futuros e suas consequências, permitindo, também, uma preparação prévia para adequar tais consequências da melhor forma possível aos integrantes.
Hoje em dia, a previsão é algo muito positivo e intrínseco dos nossos dias. Criamos expectativas, sonhos, objetivos e metas em nossas ações, desde a mais rotineira à mais extravagante. E, em contra partida, essas mesmas expectativas fazem que tenhamos sentimentos prévios em relação ao mesmo.
Entretanto há outro lado, quando focamos muito nas previsões minimizamos o acaso e terminamos esquecendo que podemos ser surpreendidos pela vida, ou ainda, que podemos estar enganados e ser surpreendidos por previsões equivocadas montadas por nós mesmos, o que poderíamos chamar de: ter caído em armadilhas da mente.
Armadilhas, estas, que criam monstros e viseiras nos quais nos cegam diante, algumas vezes, do óbvio. Sofremos por antecipação, nos armamos e munimos ao extremo para uma situação que não aconteceria, ou que não seria tão grave, a não ser que, acreditássemos tanto que ela aconteceria que guiássemos os nossos esforços para ela realmente acontecer daquela forma. Como se fosse um ímã, atraindo o que almejamos e repelindo o que poderia acontecer.
E assim, anunciamos uma tragédia.
Tragédia, obviamente, é de um gênero trágico, podendo ser definida como algo triste, grave ou perigoso, ou ainda uma situação com desfecho fatal ou cruel.
Anunciar é comunicar publicamente, indicar com antecedência.
Desta forma, indicamos com antecedência e publicamente um desfecho cruel ou fatal de algo que ainda não ocorreu. Para tentar sair do fatal, minimizar os efeitos e não ser surpreendido pelo acaso, nos munimos contra um futuro. Muitas vezes com uma dor, que no futuro, um pouco mais distante, pode nos mostrar como aquele fatal nada mais era do que algo enriquecedor e extremamente positivo; com um desfecho alvorecente.
Iara Margolis - Menumak