sexta-feira, 29 de abril de 2011

A tragédia anunciada?

Previsão é o ato ou efeito de prever, ou seja, ver com antecipação ou ter uma visão prévia sobre.
Algo interessante neste ato é que nele reside uma distinta atividade humana onde consegue montar cenários futuros e suas consequências, permitindo, também, uma preparação prévia para adequar tais consequências da melhor forma possível aos integrantes.
Hoje em dia, a previsão é algo muito positivo e intrínseco dos nossos dias. Criamos expectativas, sonhos, objetivos e metas em nossas ações, desde a mais rotineira à mais extravagante. E, em contra partida, essas mesmas expectativas fazem que tenhamos sentimentos prévios em relação ao mesmo.
Entretanto há outro lado, quando focamos muito nas previsões minimizamos o acaso e terminamos esquecendo que podemos ser surpreendidos pela vida, ou ainda, que podemos estar enganados e ser surpreendidos por previsões equivocadas montadas por nós mesmos, o que poderíamos chamar de: ter caído em armadilhas da mente.
Armadilhas, estas, que criam monstros e viseiras nos quais nos cegam diante, algumas vezes, do óbvio. Sofremos por antecipação, nos armamos e munimos ao extremo para uma situação que não aconteceria, ou que não seria tão grave, a não ser que, acreditássemos tanto que ela aconteceria que guiássemos os nossos esforços para ela realmente acontecer daquela forma. Como se fosse um ímã, atraindo o que almejamos e repelindo o que poderia acontecer.
E assim, anunciamos uma tragédia.
Tragédia, obviamente, é de um gênero trágico, podendo ser definida como algo triste, grave ou perigoso, ou ainda uma situação com desfecho fatal ou cruel.
Anunciar é comunicar publicamente, indicar com antecedência.
Desta forma, indicamos com antecedência e publicamente um desfecho cruel ou fatal de algo que ainda não ocorreu. Para tentar sair do fatal, minimizar os efeitos e não ser surpreendido pelo acaso, nos munimos contra um futuro. Muitas vezes com uma dor, que no futuro, um pouco mais distante, pode nos mostrar como aquele fatal nada mais era do que algo enriquecedor e extremamente positivo; com um desfecho alvorecente.
Iara Margolis - Menumak

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Casamento Royal


Estendam os tapetes vermelhos, se preparem para o glamour da década…

Senhoras e Senhores, estamos nos aproximando de mais um grande momento para a história (e manchetes) do mundo inteiro: o casamento real britânico.

Uma ostentação, o custo varia de jornal para jornal, de moeda para moeda e de site para site. O ponto é que não será nada com menos de 7 zeros.

Infelizmente, não consegui achar dados que comparassem o custo do casamento desta geração com as gerações anteriores, do presente com o passado. Por um lado os 7 zeros pode representar uma festa mais “consciente”, leia-se, mais realista aos tempos competitivos (e por competência) modernos; ou uma festança tanto quanto as anteriores.

Por este motivo, seria um equivoco questionar o glamour da festa, afinal, cada macaco (ou realeza) no seu galho (trono).

O que me incomoda profundamente é ver jovens com tantos poderes e influências mundiais fazendo tão pouco para melhorar o mundo.

Pode ser, até, uma ignorância de minha parte, mas, infelizmente, não me recordo de um ato que repercutisse 25% do que o casamento está repercutindo estes últimos tempos e de um bom exemplo pessoal feito que estivesse 10% de fãs que este último esta tendo...

Enfim, a história está sendo construída e sempre pode nos surpreender positivamente.

Por enquanto o que podemos fazer é esperar, assistir e seguir aquela velha e boa propaganda:
Abra a boca, é Royal! 
Iara Margolis - Menumak

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A preocupação perdulária

 Você merece, sua família merece, você ainda vai ter um, [e] sua felicidade está aqui!
Slogans jargões, que conseguem fazer com que as necessidades do ser humano se transformem. Numa inversão de valores ameaçadora à sociedade.
Antes o ter era mais importante que o ser. O que a pessoa possuía era mais importante do que quem a pessoa era. Hoje, a situação está mais preocupante.  A hierarquia aumentou.
O ser visto se tornou mais importante do que o ter, que por sua vez é mais importante que o ser.
As mídias sociais demonstram uma carência de afeto e um desespero dependente pela saída do anonimato. As publicidades demonstram uma sociedade que necessita ser guiada, egocêntrica e frágil extremamente dependente de bens e serviços para conseguir ser feliz e, assim, se tornar especial.
Em um conjunto de desprezo da essência humana juntamente com a dissipação dos valores, os valores  consumistas tendem a nos fragilizar emocionalmente, tornando-nos pessoas viciadas, condicionadas a sentirmos ser o que a sociedade entende que nos temos e, assim, moldar quem somos.
Para quê se preocupar com questões filosóficas, ter que pensar e nos desafiar, se podemos facilmente comprar nossa felicidade? E, depois, ainda aumentar esse significado mostrando a todos aquilo que almejamos ser, tentamos ser ou compramos o nosso ser? A superficialidade termina nos consumindo. Afinal, nós merecemos ser felizes.
Iara Margolis - Menumak

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quando a burocracia se torna uma sumidade

Papéis, procedimentos, regras, controles, restrições, obrigações, mais papéis, mais procedimentos e mais, mais, mais...
Bem vindos à burocracia.
Vários procedimentos que foram criados, estabelecidos, transformados em regras e depois esquecidos de serem revisados e reavaliados. Que, por alguma razão, esqueceram de por indicadores que mensurem sua eficácia e a (in)satisfação do consumidor...
Procedimentos, estes, que muitas vezes cegam os operadores e transformam o homem em uma máquina de reproduções de exigências, talvez, desnecessárias. Que fazem do ser humano atuante um escravo da complexidade, limitando-o a um ser operacional ilógico.
Não adianta questionar, argumentar, tentar, fracassadamente, demonstrar que poderia ser diferente. Simplesmente, escutaremos a frase mais esperada: “são os nossos procedimentos”.
E assim, a burocracia se torna uma sumidade. Uma personalidade importante, sábia, que se sobressai. Ou, irônica e contraditoriamente, como diria o próprio significado da palavra sumidade, se sobressai pelo saber.
Ai ai... saber. Antes que soubessem o que estão fazendo, ou que soubessem que não raramente estão sendo impessoais, redundantes e desnecessários.
Antes que soubessem que a burocracia existe graças e para os homens. Sem eles  (nós), não haveria ninguém para pedir seus autógrafos.
Menumak - Iara Margolis

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Dulgente


Se indulgente é aquele que tem disposição para perdoar , compreender ou desculpar e que mostra disposição favorável a algo; e se “in” é, em muitas vezes, empregado no sentido de negação. Numa (in)lógica, a negação de indulgente, seria O “Dulgente”

O Dulgente é aquele que não tem disposição para perdoar, se desculpar, compreender; é aquele que, por essência, é intolerante a algo ou alguém.

Digamos que dentro de cada um de nós vive O Dulgente. Ele está ali, sempre pre-julgando e criando pré-conceitos sobre algo ou alguém. É como se ele fosse aquele diabinho que fala em nossa cabeça nos induzindo a algo que racionalmente (muitas vezes) sabemos que é errado, mas no emocional, ele está lá esperando uma fragilidade para nos dominar. Ele é responsável, muitas vezes, por nos tornarmos pessoas melhores, por nos desafiar e por nos dar a oportunidade de lutarmos contra nós mesmos e superarmos nossas falhas humanas.

Todos nascemos com essa disposição. Somos disciplinados a não aceitarmos o diferente do que somos, talvez por sobrevivência, talvez por instinto ou talvez por autoproteção.

Independente do motivo, o problema se dá quando o “diabinho”  ganha do “anjinho” e o que era uma disposição se torna uma opinião, ou pior, uma ação.

Quando nosso Dulgente esta simplesmente voltado para nossos conflitos pessoais, ok. Quando ele passa a se tornar uma opinião e uma ação, já saímos de nossa esfera pessoal e passamos para a social. Podendo, assim, desrespeitar aquele que é diferente de nós ou até cometer atos violentos levantando bandeiras fóbicas.  

Para agravar a situação quando O Dulgente começa a ganhar força social (em mais de muitas pessoas), nos deparamos na sociedade atual. Onde a intolerância ao diferente e o individualismo nos fazem prisioneiros de nós mesmos e de nossos problemas. Onde a disposição para perdoar se torna uma vergonha, desculpar uma glória e compreender um tesouro.

Ai sim precisamos voltar ao “in” e fazer uma negação a nós mesmos, nossa sociedade e nossa era; E, assim, nos tornarmos mais indulgentes, dividualistas e tolerantes.
Menumak - Iara Margolis

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sodoma e Gomorra da Era Atual...

Tsunamis, terremotos, enchentes, fogos, furacões...

Infelizmente, estas palavras não são mais meras palavras cujo temos obrigação de aprender na escola para sabermos que existem e quais são suas “supostas” conseqüências. Essas palavras, hoje, já não são tão irreais... representam desastres naturais constantes, dor, sofrimento, manchetes, prejuízos, assuntos, especulações e preocupação com o futuro para a sociedade “moderna”.

Por volta de [leia-se arredondando para] 2000 a.e.c., Sodoma e Gomorra foram duas cidades destruídas por fogo e enxofre. Um desastre natural, enviado por D-us, devido a prática de atos imorais. Porém, antes, dois anjos foram enviados para tentar salva-las.

Atualmente, 2000 anos d.a.c., a imoralidade ainda reina sobre os seres humanos. Entretanto, pautado por um regimento de conduta sócio-cultural para uma convivência “pacífica” regada por direitos entre os seres racionais e poucos deveres perante o próximo e o habitat em que vivemos.

Quase 4.000 anos depois da destruição de Sodoma e Gomorra, nunca se viu [pelo menos não se tem registros] de tantos desastres naturais com conseqüências tão devastadoras, em um espaço tão curto de tempo.

Uns atribuem ao fim do mundo, outros a um período normal de desastres, outros as ações humanas contra a natureza, outros a D-us pelos nossos atos na terra...

O motivo real, nenhum mortal tem a certeza. Mas, independente dos motivos, tantos desastres naturais com tantas conseqüências, servem como um alerta para fazermos uma auto-avaliação pessoal e social, serve para repensarmos e refletirmos sobre o nosso futuro. Serve para vermos que julgar o passado é sempre mais fácil que prestar atenção em nosso presente. E, quem sabe, para nos despertarmos que não basta termos tecnologia para prever o futuro se não temos maturidade para trabalharmos o presente e mudarmos o futuro.

Talvez, possamos ser Sodoma e Gomorra da era atual, e a tecnologia os anjos nos enviados para tentarmos mudar o nosso futuro.