quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A ilha deserta.

Quem você levaria para ir a uma ilha deserta?


Durante muitos anos, quando escutava essa pergunta, imaginava uma situação semelhante a do filme O Naufrago.

Atualmente, vejo uma ilha deserta em cada pessoa. Todos nos temos uma ilha deserta dentro de nós: nossa mente.

Nossa mente pode estar cheia ou vazia, pode ser pública ou privada, com futilidades ou pensamentos interessantes. Nossa mente pode ter uma analogia com um centro comercial lotado, público e sem controle, com muitas pessoas opinando e sabendo, até uma ilha deserta, misteriosa e secreta, com os mais íntimos segredos, com acesso restrito, impossível ou limitado.

Entretanto, diferente do mundo tangível, não podemos levar ninguém para nem um dos cenários. Podemos apenas compartilhá-los. Com quanto mais gente compartilhamos, mais “urbanizada” fica a nossa ilha.

Por isso, “quem você levaria para a sua ilha deserta?” poderia ser interpretado com, com quem você compartilharia seus segredos e seus desejos; com quem você compartilharia a sua vida; em quem você confia?

Cada um de nós temos a opção de escolher quem levamos para as nossas ilhas desertas, onde ficam e quais são essas ilhas. A divergência esta na forma de entrar na ilha e de trazer as pessoas. Para uns o caminha é fácil, e termina transformando constantemente as ilhas desertas em locais bastante habitados. Para outros, o caminho é mais longo e solitário.

Já a convergência, é cada um saber seus limites e quem são as pessoas que levaríamos para lá. Afinal, os temas e as pessoas podem mudar, mas as ilhas sempre existirão.
Menumak - Iara Margolis - 23/12/2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O melhor...

Quantas vezes nos deparamos com pessoas que nos questionam sobre quem ou o quê é o melhor. Por exemplo, qual o seu melhor amigo, ou o melhor filho, ou o melhor avo, tio, ex, professor, colega, cachorro, papagaio...


Entretanto, quando você elege um (ou uns) melhor(s), isso implica que os demais não são tão bons feito ele(a)(s).

Partindo deste princípio, indago a necessidade de se questionar quem é o melhor. Talvez para as pessoas darem o melhor de si, por outro lado para os outros hierarquizarem pois se existe um melhor, também existe um pior.

O fato é que quando elegemos um melhor, desmerecemos os demais. E, talvez o tempo que passamos pensando em quem é o melhor, deixamos de fazer o nosso melhor e de buscar o que cada um tem de melhor.
Menumak - Iara Margolis - 20/12/2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ilusões e Realidade

“- Ilusões são como miragens. São coisas que de fato não existem, mas que podem ser vistas com muita nitidez.
- Como é que se pode ver alguma coisa que não existe?
- Às vezes é muito mais simples do que ver as coisas que existem. Por exemplo, se alguma coisa existe, você só pode vê-la com os olhos abertos, mas, se não existe, pode ver perfeitamente com os olhos fechados. É por isso que as coisas imaginárias são quase sempre mais fáceis de ver do que as coisas reais.
- E onde fica a realidade?
- Aqui mesmo.
Olharam a volta mas não havia nada para ser visto. Eram multidões que passavam as pressas, sem desgrudar os olhos do chão, parecendo saber exatamente para onde iam, subindo e descendo ruas inexistentes, entrando e saindo de edifícios invisíveis.
- Não vejo cidade alguma.
- Nem eles, mas não faz a menor diferença, porque não sentem falta dela”. (Norton Juster)
E é assim a vida... Andamos sem perceber o que temos a nossa volta, se tirássemos, não faria diferença. Falamos com as pessoas sem olhar nos olhos, se fossem robôs, não faria diferença. Criamos nossas percepções, se são verdadeiras, não faz a mínima diferença.
O importante mesmo é estarmos pensando que todo este mundo de ilusões é realidade. Se são ilusões, o que importa? Seria assim?
É melhor estar numa ilusão feliz, ou numa realidade triste com poder de mudá-la? É melhor estar numa ilusão realizado ou numa realidade realizado? O primeiro caso, sem problemas e mais tentador; o segundo caso, mais problemas e menos tentador. Entretanto, na realidade, podemos imaginar o melhor e crescer para chegar lá. Na ilusão, o perfeito não nos permite crescer, a cidade, os robôs, as pessoas, a política, a educação, o futuro... não importam, não são reais no mundo ilusório, logo, não fazem diferença.
 Menumak - Iara Margolis - 10/12/2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Era do Excessoooooooooooooooooooo

Vivemos na era do excesso. Produção em massa, publicidade em massa, amigos em massa, comida em massa, tudo em massa.
O que vale nessa era não é a qualidade, mas sim a quantidade e a popularidade.
Tem que ter muito e que os outros saibam que você tem muito. Se esses muitos estão bons ou ruins, não importa.
Recentemente a Google informou que esta pesquisando sobre uma nova ferramenta de pesquisa, para ponderar, não apenas os sites mais falados, como também os sites que melhor atendem aos clientes. Algumas empresas estavam se utilizando da má fama para estar entre as primeiras buscas do site de pesquisa. Um exemplo clássico da popularidade e não da qualidade!
Se antes foi a era do aprender para o mundo novo e hoje é a era do excesso, qual será a próxima era?
Talvez a era de (re)aprender sobre o mundo antigo. Reaprender valores, dignidade e a simplicidade das coisas.
Menumak - Iara Margolis - 09/12/2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O telefone sem fio da vida

O outro ficou chateado com O um por não ter dado um bom dia. O outro falou para Aquele que O um o viu e não deu bom dia e isso o tornava um ser mal educado e um mau caráter. O um, sem saber de nada, encontra Aquele, que por sua vez, sempre simpático, conversou e deu risadas. Contudo, fora de sua vista Aquele falou com O outro para Qualquer um coisas que jamais falaria dO  um na sua frente. E, assim, pelo simples fato de O um não ter dado bom dia aO outro, todos especulam e falam nas suas costas.
Tudo poderia ter se resolvido se O ouro tivesse chamado a atenção dO um e contado o ocorrido. Mas, na vida, é muito mais fácil falar com Os outros sobre Qualquer um. Criando um grande telefone sem fio, onde o inicio é completamente divergente do término, mas se soubéssemos escutar e pedir para repetir, o final poderia ser igual ao começo.
O problema é que, assim o sendo, não haveria graça para outros falarem de alguns.
Menumak - Iara Margolis - 08/12/2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Viajando na maionese: o burro e o inteligente!

Um avião voa ao longo do oceano, quando de repente encontra um tiranossauro rex comendo um papagaio que falava. Ora, como ser uma luz se não ser um orangotango? Obviamente que é uma indagação que todos fazem ao longo da vida, entre as amoras e as ovelhas; entre os macacos e as motocicletas.
O fato é que, quanto menos entendemos, mais inteligente fica o que não entendemos. Antes de ser burro, é melhor que o outro seja inteligente!
Obs.: Essa saiu um pouco do padrão... mas não resisti ao desejo latente de posta-la rsrsrs
Menumak - Iara Margolis - 07/12/2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Para que vivemos?

Recentemente refleti sobre o motivo da nossa existência. Não no sentido filosófico empregado no mundo moderno, mas sim no sentido real de um animal.
Me reportei a era primata, onde apenas existia nossa necessidade trivial da vida.
Pensei no ser sem luxos, sem obrigações legais, intelectuais ou familiares. Sem língua, dinheiro ou comodidade. Pensei como o ser que tinha apenas o instinto, o instinto de sobreviver.
Aquele que lutava, dia após dia pela sua vida. Sabendo que, se não o fizesse, morreria.
A conclusão foi simples, vivemos para um dia morrer. Mais uma vez com os opostos se completando.
Entretanto, reportei este pensamento aos dias atuais. Onde, não mais pensamos de forma consciente em nossa sobrevivência, mas pensamos em nossas obrigações para uma vida melhor e um futuro que nunca alcançamos.  
Menumak - Iara Margolis - 06/12/2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Do questionamento às explicações, tudo uma questão de espaço. Enter!

Quando somos pequenos, passamos pela fase dos “por quês”. Uma fase de aprendizado, questionamento e humildade. Onde assumimos que não sabemos de nada e permitimos que o diferente se torne atraente. O mundo parece fascinante, há perguntas, curiosidades e duvidas em todos os detalhes. Da simplicidade da vida à complexidade.
Com o tempo, as pessoas vão nos podando até chegar ao ponto que não nos permitimos mais o desconhecido. Onde os questionamentos perdem para as explicações e justificativas.
Trocamos o “por quê” pelo “porquê”. Com a retirada sutil de um simples espaço, bloqueamos nossa humildade e eis que surge nossa arrogância. Já somos maduros o suficiente para explicar, já temos o conhecimento necessário do saber. E perguntar, se transforma em um mero ato do passado, no qual as vezes sentimos vergonha e queremos esquecer. E, outras vezes, temos um retrocesso rápido de questionar uma grande inquietação, sempre com o filtro de tolisse: de como esta dúvida será vista pelos outros.
E, assim, perdemos nossa curiosidade para o futuro. Mais do que isso, estagnamos o nosso crescimento diante de um espaço imposto pela sociedade, entretanto aceito por nós mesmos. Cabe a nós decidir se damos um enter ou um backspace (apagar). Nunca é tarde para se questionar e voltar a esse encantamento e essa fascinação infantil pelo mundo.
Menumak - Iara Margolis - 19/11/2010

Quem é o pai?

Uma senhora chega para doar seu filho a um orfanato. O diretor pega todas as informações necessárias do menino, histórico familiar, nome da mãe, entretanto, quando chega no nome do pai se depara com a seguinte resposta:

- É o nosso Presidente Dr.
-Como assim o nosso Presidente?
- Ué, é o nosso Presidente que dá o nosso ganha pão.
Sem saber o que responder, o diretor pergunta:
- Mas quem ajudou a fazer a criança? Quem é o pai biológico dele?
- Ah! Assim sim! Mas infelizmente eu não sei, só sei que estava de palhaço no carnaval de 2005.

E agora, quem é o pai da criança?
O pai biológico, o palhaço; o pai que sustenta, o governo; ou o pai que ensina, os pais adotivos (se ela tiver sorte)?

A reflexão sobre paternidade ficará a cargo de cada leitor... O ponto a ser questionado aqui é quem é o verdadeiro palhaço?
O pai biológico, que estava fantasiado de palhaço; a mãe, que fez essa bagunça toda, colocando mais uma vítima no mundo; o governo, que alimenta tudo isso; a criança, que é a mais envolvida e a menos envolvida ao mesmo tempo; ou nós, que sustentamos tudo isso indiretamente?

Talvez o que estava fantasiado de palhaço esqueceu de contar quem ele estava imitando...
Menumak - Iara Margolis - 19/11/2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tudo bem e sua banalização

Atualmente o “tudo bem?“ se tornou um mero “oi”, “olá”. Não sei se por educação ou por indução, todos perguntam e poucos realmente querem saber a resposta.
Se você ouve um “tudo bem?”, mesmo não estando, a resposta é positiva. Afinal, você já imaginou esta situação:
- E aí, tudo bem?
- Não, não está nada bem! Na verdade está tudo péssimo, meu cachorro se suicidou, minha casa pegou fogo, cai da escada e ....
E... Muitos não estão mais nem escutando, nem interessados e um pouco mal humorados por estarem recebendo tanta carga negativa em uma única pergunta. Ainda há os mais radicais que pensem: Já não basta as nossas cosias ruins e as coisas ruins do mundo, ainda temos que saber a dos outros?
Digamos ser um pouco estranho, não muito normal. Algumas vezes quando estamos respondendo nos deparamos que a pessoa nem mais se encontra no local. Outras vezes, pode até se encontrar fisicamente, mas mentalmente ou verbalmente já está em outro ponto.
A situação está em uma situação em que algo tão humano e bonito, em saber como a outra pessoa está, passasse a ser banal, trivial e comum. Sem sentido, sem interesse e sem afeto.
O tudo bem foi banalizado de uma forma tão devastadora como a vontade em saber do outro. Nas raras vezes de interesse verdadeiro, para a captação do receptor, é necessário a repetição da pergunta de formas diferentes, simplesmente para saber o que antes já havia sido perguntado: se está tudo bem!
Menumak - Iara Margolis - 18/11/2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O domador: A divergência entre o ódio, o amor e o preconceito

O preconceito deveria ser o conceito prévio em relação a algo (pré + conceito), porém passou a ser a opinião desfavorável sem bases objetivas, ou seja, a intolerância. Que, muitas vezes, se torna uma cegueira moral.
Esta cegueira, por sua vez, pode resultar na rejeição, antipatia ou, ainda, na aversão. Na qual podemos traduzir para a palavra ódio.
Ódio, este, sem bases objetivas. Se tornando um desrespeito perante o outro devido a uma intolerância.
Entretanto, este mesmo ódio tem uma aproximação de oposição e atração com o amor. Retirando o sentido da paixão, o amor é um sentimento que induz a aproximação e a proteção. Representa, também, uma ligação intensa que transcende ao físico ou, ainda, uma ligação afetiva que, paradoxalmente, é o oposto do ódio.
Interessante a observar é que quem odeia nutre um sentimento que induz a aproximação, como também nutre uma ligação intensa. Divergindo do amor, a aproximação ocorre em um sentido deteriorador, algumas vezes doentio, já a ligação no sentido maléfico, de desafeto.
E o preconceito? O preconceito é inerente de todo o ser humano no sentido primário. Tudo o que diverge daquilo que representa o mundo e o conhecimento particular de cada um gera uma aversão e uma elaboração de um conceito sem embasamento. A diferença está no domador. Quando o preconceito doma o indivíduo, a intolerância, às vezes com o ódio, aparece; Quando o indivíduo doma o preconceito, o crescimento espiritual, às vezes com o amor, surge.
Menumak - Iara Margolis - 17/11/2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mazal Tov!

O dia que nascemos é comemorado a cada ano de nossas vidas. Um dia que os mais próximos, ou não, lembram e nos ligam desejando coisas boas e parabéns.
Segundo a religião judaica, o aniversário é uma data de sorte. Como foi o dia que nascemos, cada ano que passa esta mesma data nos dá a possibilidade do renascimento. Uma possibilidade de renovar, de comemorar o novo, uma chance de tentar novamente.  Um dia de comemorar a vida e a alegria de se estar nela.
Ainda pelo judaísmo, o dia do aniversário também deve ser um dia de reflexão e um dia de se fazer boas ações. Refletir ,pois, só podemos renovar e tentar quando pensamos e lembramos o que fizemos, o que acertamos e o que erramos. E, só assim, podemos dar uma chance para o novo ou o “denovo”. Já as boas ações, todos podemos compartilhar a nossa sorte com outras pessoas. Já que o aniversariante tem tanta energia e bons investimentos, deve compartilhá-los com a sociedade, fazendo outros sorrisos brilharem.
Assim, neste dia especial não desejamos parabéns [felicitações], mas sim Mazal tov! Onde a tradução literária do hebraico significa boa sorte, mas na idéia talmúdica significa “uma boa e favorável constelação zodiacal”.
Menumak - Iara Margolis - 16/11/2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Menos História; Mais Educação

Quantas vezes o menos pode se tornar mais?

Pois bem, aqui é um dos pontos que isto é verdadeiro. Nossa educação está com problemas, o que não é novidade para ninguém. Todavia, os problemas, referentes neste texto, distinguem da qualidade de transmissão das matérias.

Não é referente ao grau de história ou matemática aprendido pelos alunos, nem de português ou ciências. Mas sim referente ao grau de educação transmitidos e recebidos.

Educação aqui consiste na idéia primitiva de ter educação e não ser mal educado. Consiste nas normas pedagógicas tendendo ao desenvolvimento do corpo, espírito e caráter. Desenvolvendo a consciência, o raciocínio comportamental perante si próprio, o grupo e o [meio]ambiente.

Quem sabe se tirássemos alguns minutos das aulas de história, matemática, ou de ciências, poderia ser também a de português, inglês, estudos sociais, geografia... não importa. O importante seria a abertura de um novo espaço e uma nova mentalidade. Seria a inserção de temas essenciais na educação, na formação de valores e caráter sólidos, na criação de cidadãos responsáveis, conscientes e com comportamentos compatíveis. E, assim, realmente educássemos.
Menumak - Iara Margolis - 15/22/2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Educação Zimbabueana

Recentemente saiu uma pesquisa mundial onde iguala o tempo de estudo dos brasileiros com os dos zimbabueanos, sendo de 7,2 anos. Tudo bem que temos que avaliar indicadores não apenas quantitativamente, como também sua representatividade, ou seja, se são eficazes e eficientes.
Infelizmente, sabemos que no Brasil este setor está aquém do desejado. Pelo lado positivo, bom para os zimbabueanos que tiveram sua educação igualada a de um país emergente!

Contudo, este ponto nos remete a uma reflexão mais importante, sobre a nossa educação. Mais do que em anos, mas referente a eficiência e eficácia que estamos tendo. Por um lado, se em apenas 7,2 anos conseguimos transformar, crescer e aprender tanto, imaginem se nós tivéssemos mais tempo de estudos com melhor qualidade? Isso demonstra o potencial brasileiro. Já que falamos tanto do risco Brasil, talvez seja interessante vermos que temos o potencial Brasil que pode superar, ou não, todas as previsões.

O “ou não” é referente à um ponto da nossa cultura que é o jeitinho brasileiro, onde entra o outro lado da história. A violência, o desrespeito, as enrolações, mentiras, o vangloriar de fazer algo errado e o ser cidadão, ao meu ver, só fizeram piorar. Para estes índices há poucos mensuradores qualitativos e que representam a nossa realidade.
Menumak - Iara Margolis - 12/11/2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E,Nem é pau!

A expectativa de vida brasileira é de 73,1 anos [IBGE,2009]. Assim, um jovem no terceiro ano, com apenas 23,26% de sua vida vivida, terá que escolher o seu futuro para dedicar mais, em média, 6% de sua vida numa faculdade. Onde recebem uma pressão ilusória que esta decisão decidirá seus próximos 76,74% da vida.
Uma pressão desesperadora para os “feras” e uma indústria milionária de suporte. O fato é que depois de uma decisão difícil de que curso fazer, investimentos financeiros, de tempo, emoções, expectativas e muitos sonhos estão envolvidos e lançados a sorte, ao estudo e ao autocontrole. Hoje, passam anos se preparando. Cursinho, estudos, testes vocacionais, mudança de colégio, classes específicas, abdicação de estarem com os amigos e curtindo a vida...  Tudo para tentar o vestibular. Correto?
ENem é pau! Ai ficamos diante de uma novela absurda que fazem estes jovens passarem.
Tudo começa com o despreparo econômico, vangloriando as faculdades e não dando valor e pouco absorvendo os cursos técnicos. Depois, quem realmente segue a profissão que fez?
Não menciono que o estudo não é importante, muito pelo contrário, é um dos bens mais preciosos que temos, ficando atrás apenas de nossas vidas, da nossa família/entes queridos e da nossa consciência. Entretanto questiono se o mercado comporta tantos formandos? Como a resposta é negativa, termina com a ausência de dar o que é de César a César. Termina desvalorizando os cursos de longa duração e não dando a importância dos cursos de curta duração.
Assim, obrigam os cidadãos a estudarem mais, trabalharem mais, em empregos inferiores ao que foram capacitados, ganhando menos por um inchaço na concorrência.
Depois, se esta é uma decisão tão importante no nosso contexto, por que motivo devemos tomar esta decisão tão cedo?
E, tudo termina com a proibição de relógios, lápis, borrachas, vazamento de temas de redação e talvez um cancelamento de prova. Mas, com toda certeza, muita indignação e desrespeito as famílias e ao cidadão.
Menumak - Iara Margolis - 11/11/2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os Milagres

Interessante observar que antigamente existiam tantos milagres e hoje, a ausência quase total deles.

Ao meu ver, hoje existe tantos milagres quanto na antiguidade. A diferença é que antes nós simplesmente os aceitávamos como milagres e hoje, tentamos explicá-los cientificamente ou simplesmente chamá-los de sorte, coincidência ou destino. Será que realmente são apenas casos científicos, sorte, coincidência ou destino?
Menumak - Iara Margolis - 10/11/2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O capitalismo é cruel?

O capitalismo é cruel? Vemos hoje tantas pessoas carentes, passando fome, sem ter onde dormir, passando frio [...] e outros com tudo em excesso e abundância...

Na Alemanha, no início do século XX, em uma conferência universitária um professor de uma universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta:

“D-us criou tudo o que existe? Se D-us criou tudo, então D-us fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então D-us é mau?”

O professor feliz, regozijava-se de ter provado mais uma vez que a fé era uma perda de tempo, até que um aluno [Albert Einstein] pergunta ao professor se o frio existe. Com a resposta afirmativa do professor ele respondeu

-De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.

-E, existe a escuridão? Continuou o estudante.
O professor respondeu temendo a continuação do estudante: Existe!

O estudante respondeu:
-Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz. A luz pode-se estudar, a escuridão não! Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não!

Continuou:
-Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz.
Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim?! Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente.


Finalmente, o jovem perguntou ao professor:
-Senhor, o mal existe?


Certo de que para esta questão o aluno não teria explicação, professor respondeu:
-Claro que sim! Lógico que existe. Como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal!


Com um sorriso no rosto o estudante respondeu:
-O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de D-us. D-us não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter D-us presente em seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.

Assim, pergunto o capitalismo é cruel? Não, nem o capitalismo, nem o socialismo, nem nenhum sistema econômico. Na realidade, nós os tornamos cruéis, maus, com a ausência de ética, de responsabilidade social e de justiça social.
Menumak - Iara Margolis - 09/11/2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Rara

Uma coisa rara é algo que não é comum, que não é abundante, pode ser o que não é freqüente ou ainda excêntrico, extraordinário;

Rara pode ser preciosa, valiosa ou difícil. Todos concordam?

Pois bem, rara também pode ser indicação geográfica, substantivo qualificativo ou auxiliar qualitativo, sinônimo de covarde, especulação de conhecimento e surpresa, constatações, indicadores, constatação negativa, ou simplesmente uma forma de expressão.

A primeira definição é derivada da língua portuguesa, na qual todos conhecemos, a segunda, da língua árabe que significa m@%8a.

O interessante desta palavra é que se assemelha a nós, seres humanos. Quando estamos com o ego inflado, devemos lembrar que somos uma rara (árabe), e que no final todos vamos virar pó. Já nos momentos de depressão, devemos lembrar que somos uma raridade, únicos e, assim sendo, devemos buscar nossa felicidade.
Menumak - Iara Margolis - 08/11/2010

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Nas estrelas fazer xixi....

"Lá vem eles com suas bandeiras
Suas armas e outras asneiras
Esses homens pássaros no espaço
Será que eles vem só para ver
Ou será que vem para brigar
Se for para brigar vão se ver comigo
Ponho todos de castigo
Se eles pensam que podem
Fazer aqui em cima
O que fazem na terra
Estão redondamente enganados
Aqui é o jardim do céu

Quem foi que disse
Que eles podem vir aqui
Nas estrelas fazer xixi, xixi..."

A música de Guilherme Arantes de uma maneira figurada nos pergunta quem nos permitiu ir nas estrelas e fazer xixi. Tirando a metáfora, a pergunta principal é quem somos nós que nos permitimos fazer tudo o que fazemos e fizemos com o nosso lar?
Soltamos bombas, levantamos bandeiras, poluímos, destratamos, pichamos, não educamos, arrumamos brigas e até mesmo damos nossas vidas. Resumindo, "andamos e defecamos" [como quase diria o ditado popular] pelo simples fato de não termos consciência das preposições. Ou seja, pela ausência da consiência de; consciência a; consciência após; até; com; contra; de; desde; em; entre; para; per; perante; por; sem; sob; sobre; trás...
Menumak - Iara Margolis - 05/11/2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A capsula ilusória

Um dos meios de transportes moderno, quando tem ar condicionado, se transforma em uma capsula ilusória.

Ao entrar no carro, os indivíduos se desligam do mundo exterior e passam apenas a vislumbrar o seu eu-mundo interior. Com os vidros fechados, a maioria com película, vêem os demais carros como meras máquinas e, os valores, passam a ser compatíveis com estes maquinários. Xingar, fazer barberagens, falta de educação e falta de solidariedade com o outro: é super normal. Passar pela pobreza, tristeza, felicidade, loucura... poucos destes afetam o operador.

É como se o automóvel virasse uma proteção. A seta para dobrar, uma agressividade. O mendigo da rua é natural, um incomodo até. A agressividade recebida ou externada, normal. O vidro com película, a ilusão. Mas basta abrir o vidro e solicitar ao operador da máquina ao lado algo, que com um sorriso forçado, tudo se resolve. Mas bata, também, dar uma buzinada que, com a película ilusória, sua família é bem lembrada e, dependendo do louco, uma confusão pode estar eminente.

Os pontos a observar são: como um simples carro consegue nos alienar tanto? Como um simples carro consegue ter o poder de transformar o eu racional em eu irracional? Eu pessoal em eu maquinário? E, por fim, trocar a realidade externa pelas melodias escolhidas no rádio?

Menumak - Iara Margolis - 04/11/2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Cardume Jovem

Na Universidade de Leeds, Inglaterra, um peixe robô influenciou o comportamento de um cardume de peixe da espécie Gasterosteus aculeatus. Assim como esses peixes, várias outras espécies seguem uns aos outros sem nem ao menos questionarem o que esta se passando, apenas segue o fluxo. Esses animais poderão ficar vagando por tempo indeterminado, com os olhos arregalados, aparentando que tudo vê, onde na realidade nada entendem, estão simplesmente no piloto automático.

O mesmo costume robótico está se passando com os jovens. O mundo está mais perdido do que nunca: questões ambientais, sociais, morais, econômicas... independente do segmento vemos a ordem gritar por atenção, por uma mudança. E nós, jovens, continuamos seguindo nossas vidas, com os olhos arregalados, as antenas ligadas, fingindo que estamos no controle [de nossas vidas], onde na realidade estamos simplesmente no piloto automático.

Justo nós, cujo temos o poder e a coragem de enfrentar e mudar a correnteza, esquecemos da nossa importância social. Justo nós, que alteramos inúmeras vezes a história; Justo nós que ainda acreditamos no futuro; Justo nós, que já fomos às ruas, com caras pintadas, esquecemos de como e quando lutar.
Menumak - Iara Margolis - 03/11/2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O Trem Mágico

Superfantástico amigo como era bom aquele balão...
Na época do Trem da Alegria e do Balão Mágico, o entretenimento infantil tinha um alicerce de valores e ingenuidade que se perdeu ao longo do tempo.

Nos Smurfs e na Turma da Mônica, o ápice da violência era sansão voando e Gargamel correndo. As músicas ainda falavam de paz, felicidade, amizade, ensinavam valores e instigava a criatividade e a imaginação. Os planos cruéis eram tão cruéis que algum vilão precisava ter nome forte para, pelo menos, existir um ponto realmente malígno: Coração Gelado, Vingador, Cruel, Esqueleto, Dick Vigarista...

Ultimamente venho acompanhando alguns desenhos ‘infantis’, ou que dizem o ser, e me espanto com os temas abordados.Em um destes foi feito a reprodução em desenho de um reality show. Vale salientar que foi muito bem elaborado, interessante, com humor peculiar e satirizado, porém, nada infantil para esse real reality show, cujo demonstra todos os apelos de forma caricaturada. Em outros, a violência, a agressividade e a falta de educação e respeito são pontos para refletir. Outra parcela, a banalização de temas nem um pouco infantil. E ainda existem outros que instigam a superficialidade e a felicidade nos bens materiais, no consumo e na incansável satisfação de desejos pessoais, enfatizando o individualismo moderno. E, assim, aquele Trem da Alegria esta se perdendo tão rápido quanto aquele Balão Mágico.

A evolução nos trouxe muitos benefícios, mas com ela está trazendo, entre diversos aspectos, o encurtamento do que há de mais belo na infância: a ingenuidade.

Ser ingênuo não é ser bobo, nem tolo, para esta idade. Ser ingênuo, para uma criança, é simplesmente ver o mundo simplificado e belo da forma como nós não conseguimos mais vê-lo.
Menumak - Iara Margolis - 02/11/2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando uma criança…

Quando uma criança cai,
Sugerimos que se levante;

Quando uma criança está triste ou chora,
Ficamos ao seu lado e ajudamos a passar por este tempo difícil;

Quando uma criança dá um abraço,
Retribuímos com outro, acompanhado de um sorriso;

Quando uma criança grita,
Escutamos e aconselhamos;

Entretanto, por que restringimos apenas às crianças?
Menumak - Iara Margolis - 01/11/2010

domingo, 31 de outubro de 2010

O Egotariado

Atualmente ser voluntário virou status. Ser voluntário não é mais por motivos de crescimento e desenvolvimento pessoal ou social; não é mais por responsabilidade; não é mais por ajuda ao próximo; é o simples fato de aparecer perante a sociedade como “boa moça” ou “bom moço”. E é isso que chamamos aqui de egotariado: Aquele voluntário que tem na sua essência a expansão do seu eu para a sociedade.

Obviamente que isso é uma generalização, há diversos casos que voltam à essência do voluntariado. Contudo, infelizmente, muitos o fazem pelo ego[tariado]. O que, de certa forma, não é errado. Ajudar o próximo é, principalmente, uma ajuda a si mesmo. Pela visão talmúdica, o que recebe dá uma grande oportunidade ao doador. Logo, o doador é uma pessoa abençoada por ter esta oportunidade.

Ainda no judaísmo, as pessoas têm o dever social de ajudar: tzedaká. Tzedaká, uma palavra de origem hebraica, tem sua essência em Tzedeck, justiça. Então, ajudar o próximo é, simplesmente, uma justiça social, um conserto do mundo.

Infelizmente, hoje, muitos a fazem por reconhecimento. Todavia, esta palavrinha de difícil pronuncia, é tão forte que subdivide oito tipos distintos de ‘justiças’, da mais elevada espiritualmente a menos elevada, sendo todas elas honradas. A mais elevada é quando as duas partes não se conhecem, não ocorrendo constrangimento, assim, a tzedaká é feita com a mais pura nobreza, pela essência de ajuda. Vai-se descendo os degraus, até chegar ao oitavo degrau, onde ambas as partes se conhecem e o doador não a faz de coração.

Felizmente, essa é uma escada. Estar no primeiro degrau já é um passo para subir aos próximos. Quem sabe um dia as pessoas não se preocupem mais em fazer e menos em [a]parecer. Quem sabe um dia o egotariado se torne, mais uma vez, um ‘voluntariado’.
Menumak - Iara Margois - 31/20/2010

sábado, 30 de outubro de 2010

O processo seletivo

Esta a procura de um emprego?

Seja bem vindo a exposição de sua vida! Hoje em dia as empresas não querem mais saber apenas de currículo. Experiência no exterior, trabalhos voluntários, trabalhos anteriores, relacionamentos, personalidade, criatividade, liderança, pró-atividade, conhecimentos gerais, específicos, lógica... são tantos os critérios que apenas para escrever levaríamos o artigo todo, com chances de esquecer.

E para validar toda essa pesquisa, ai sim, vem o grande desafio. São provas, trabalhos, criação de blog, vídeo ou histórias, questionários, mais provas, percepções, currículo seu e familiar, desde seus avos aos planos para os seus netos, teste de valores, jogos online, jogos “offline”, entrevistas e mais entrevistas.

E, finalmente, depois de meses em um processo seletivo, parabéns! Você pode ter conseguido o emprego dos seus sonhos: estagiário, assistente ou até mesmo, virar analista.

Quem dera ter um processo tão rigoroso apenas para se tornar nossos candidatos na política!
Menumak - Iara Margolis - 30/10/2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Direitos ou Deveres: A Balbúrdia.

“Porque o primeiro dever de todo cidadão é conhecer os seus direitos” [slogan de uma rádio]
“O seu direito termina onde começa o do outro” [ditado popular]

Direitos, direitos e mais direitos. O mundo está infestado de direitos. Todo mundo os têm, os querem , os almejam e os exigem.

Interessante a observar é que poucos falam em deveres, e os que falam, remetem a segundo plano. Como membros sociais, o dever é muito mais responsável e sustentável que os direitos.

Com a mudança de uma simples palavra, toda uma ‘macropercepção’ é alterada. A responsabilidade, que antes era repassada para um terceiro, passa agora a ser do próprio indivíduo. Cada um passa a ser responsável por seus atos, pelo social, se tornando, também, parte do contexto, de suas causas e de suas conseqüências. Resultando em mais ações, mais reflexões e menos cobranças.

Precisamos de menos foco nos direitos e mais foco nos deveres, nas responsabilidades e nas ações efetivas.
Menumak - Iara Margolis - 29/10/2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O âmago interesseiro

Você já parou para analisar o que leva a espécie humana a se motivar, se relacionar e realizar ações?

Uma palavra poderia responder: Interesse.

Exatamente, senhores e senhoras, nós, como seres humanos, somos movidos a interesses. Obviamente de inicio há uma negação. Essa afirmação aparenta ser radical, feia e imoral. Entretanto, ela é a mais pura verdade. O interesse faz parte inerente do que fazemos e do que somos.

O interesse pode ser visto como uma vantagem, como conveniência para algo, ou, um proveito, o que também é motivador de ‘n’ fatores. Todavia, é também o desejo, o despertar a atenção (ou curiosidade) para algo, o participar.

Nossas relações, atos, pensamentos, todos eles estão pautados em nossos mais profundos interesses. Que, por sua vez, podem ser egoístas ou sociais, porém continuam sendo meros interesses. E, é isso que nos torna seres interessados, interesseiros e interessantes.
Menumak - Iara Margolis - 28/10/2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O cliente sempre tem razão, tem?

O maior lema do fenômeno do super-herói individual de fazer o impossível é: o cliente sempre tem razão. Com esta simples frase, acrescida em um ambiente capitalista, reverte-se o poder para as mãos dos clientes. Estranhamente, ao afirmar que eles sempre têm razão, afirmamos que mesmo quando eles não têm razão, passam a ter razão. E, diante da concorrência, com a finalidade de conquistá-los e fidelizá-los, acabamos criando monstros.

Isso mesmo, o capitalismo transformou-nos, “pobres” consumidores, em monstros: super-heróis com um rei em suas respectivas barrigas. A partir do momento que sabemos que não temos razão e, sem razão, ganhamos razão, passamos, assim, a poder exigir o que não podíamos. Legitimamos poderes que não eram legítimos. E, transformamos o certo em errado, o errado em certo, o certo em certo e o errado em errado, variando aleatoriamente de acordo com o gosto do freguês. E, se, ele [o freguês] não tem gosto, assumimos que o sem gosto passa a ser um gosto, e, dependendo, o mau gosto até mesmo se transforma em um bom gosto.

Logicamente: Se todos somos clientes e o cliente sempre tem razão, logo, todos nós temos razão. Assim sendo, quem realmente tem razão?
Menumak - Iara Margolis - 27/10/2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A arte de desafiar: Eu duvido!

Por que fazemos atos movidos a um simples desafio? Duvidar de alguém pode significar uma motivação imposta a realização de algo por mera aprovação social. Ou seria uma auto-afirmação “identitária”?

Em suma, o desafio pode ser visualizado sob duas óticas distintas: a do desafiador e a do desafiado.

O desafiador sente o desejo de que o outro faça a determinada tarefa pela mera exposição, ou uma satisfação pessoal em provocar, ou ainda a desconfiança da capacidade alheia. Já o desafiado, sente-se amedrontado, em uma emboscada, em uma situação de ter que provar para um outro, ou, até para consigo mesmo, algo. Algo este, que pode levar o desafiado a uma situação de aprendizado ou uma situação desconfortante por fazer algo pelo simples fato de provar o que foi provocado.

Se, ao analisar o desafio, for percebido pelo desafiado que é interessante e que ele tem a ganhar, torna-se um desafio válido, construtivo e positivo. Entretanto, se a percepção for pela mera aprovação, cabe o questionamento sobre a necessidade inerente dos seres humanos de se auto-afirmarem e a validade de realização do desafio.

Pela própria definição da palavra, a arte de desafiar encontra-se em uma divisória entre o convidar, sugerir e entre o provocar, expor. Ainda na configuração da mesma, o fiar (desa+fiar) significa fé (do latim fidere). E, curiosamente, quando nos duvidamos questionamos e suspeitamos. Questionamos o outro, suspeitamos sobre nossas crenças e questionamos a confiança, que, por sua vez, norteia os relacionamentos e, conseqüentemente, cria a necessidade de uma resposta do desafiado: sim ou não.
Menumak - Iara Margolis - 26/10/2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Frugalidade

Por quase unanimidade: o tempo está passando mais rápido. O interessante a ser observado é que nos “tempos modernos” deveríamos aproveitar as facilidades, o conforto e os benefícios que a tecnologia nos traz em prol de uma vida mais “bem vivida” e, paradoxalmente, não é o que ocorre. Temos cada vez mais menos tempo de fazer o que realmente almejávamos e o que realmente importa.
A felicidade essencial foi moldada. Apreciar o simples tornou-se um talento para poucos. Hoje, muitos estão mais preocupados no ter do que no ser. A felicidade de se comprar algo se tornou superior a felicidade de se fazer algo, bem como, presentear alguém uma forma de substituição de estar com este alguém.
E como presentear ou ter necessita de investimentos financeiros, a necessidade de se trabalhar mais aumenta em conseqüência de se capitalizar mais. Trabalhando mais, temos menos tempo e aumentamos nossas dívidas com o tempo e as pessoas, o que resulta em mais presentes e mais trabalhos.
O sorriso de um abraço foi substituído pelo sorriso em receber algo; O tempo de curtir com foi substituído pela tecnologia e pelo trabalho; os julgamentos de quem eram as pessoas se tornaram julgamentos do que as pessoas tem, ou aparentam ter... Enfim, desvalorizamos o que importa e hipervalorizamos o que também importa, mas não é vital. Tivemos uma amnésia de que o simples as vezes não é tão complexo como parece.
Obs.: As idéias presentes aqui não são de autoria minha, obviamente, é apenas uma crítica simplória e pessoal.
Menumak - Iara Margolis - 25/10/2010

sábado, 23 de outubro de 2010

Idoneidade: Confirma!

Acho impressionante a inversão de valores na qual a sociedade está vivenciando na atualidade. O que era para ser óbvio, inquestionável e indiscutível, passou a ser trivial, secundário e flexível.

Estou falando da falta de sensibilidade que estamos tendo e, pior, aceitando. Violência passou a ser algo natural em nossos dias, ou seja, normal. Ética e honestidade passaram a ser questionadas, dependendo da situação e da “personalidade” referente.

Diante disto pergunto, onde iremos parar?

Honestidade é ser verdadeiro, coerente. Sem mentir ou enganar. Já a ética, está embasada nos princípios morais, de acordo com os valores de cada ser humano. A origem dessa palavra é grega (ethos), que significa “modo de ser” ou “caráter”. Se passarmos a questionar a validade de honestidade e ética, passaremos, também, a questionar o caráter, a moral e os nossos valores e os da nossa sociedade. Assim, assumimos que os princípios básicos podem ser móveis, adaptados, e reconfigurados de acordo com as situações e nossas necessidades.

Melhor que discutir política e economia, deveríamos discutir sociedade. Precisávamos fazer uma eleição de valores pessoais e sociais. Precisávamos recriar as bases e princípios. Precisávamos parar para refletir e discernir o que realmente é importante e o que, simplesmente, é trivial. Do que é mutável e do que é fixo. Para, só assim, levantar bandeiras e voltar a sonhar com futuros melhores e sustentáveis.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

As utópicas crateras dos caminhos

Você está andando feliz da vida no maravilhoso trânsito das grandes cidades brasileiras. Quando de repente, não mais que de repente, seu carro resolve virar o super homem e dá um salto quase mortal. O que teria sido aquilo? Um mau motorista? Um obstáculo no meio da pista? Ou quem sabe um BURACO? Mas um buraco resultaria em um salto circense desses? Não... Não é possível! Então, aquela potência seria uma CRATERA??? Uau!

Eis que surge a pergunta obvia: Qual é a diferença entre buraco e cratera?

Segundo o dicionário online Priberam:
Buraco s. m. 1. Abertura ou ruptura!rutura em qualquer superfície. 2. Toca. 3. Fig. Casa pequena. 4. Lacuna, falta. 5. Dívida. 6. Emprego modesto. 7. Cova, cavidade.
Cratera (é) s. f. 1. Abertura por onde saem as matérias expelidas por um vulcão. 2. Grande taça com duas asas, por onde os Antigos serviam o vinho. 3. Fig. Calamidade. 4. Origem de desgraças.

Prontíssimo, chegamos ao nosso tema principal: As crateras dos caminhos. Companheiro, a toca (def. A2) é mais embaixo. Estamos diante de uma calamidade (def. B3) pública, uma lacuna (def. A4) na ética e responsabilidade social. Uma pequena ruptura na superfície de uma pista (def. A1) resulta em uma abertura para expelir as brasas de matérias vulcânicas (def. B1), ou por bem dizer, a vergonha social. Alguns seres em seus empregos modestos (def. A6), sentados em suas casas pequenas (def. A3) tomando vinhos em grandes taças com asas (def. B2) vagam os seus pensamentos em como originar mais uma desgraça (def. B4) no cotidiano alheio. Tudo isso a espera da hora de saírem de suas covas (def. A7) para iniciar uma campanha sínica aguçando a dívida (def. A5) de seu caráter moral, com um simples sorriso no rosto solicitando, mais uma vez, a sua credibilidade.

Ufa!!! Ainda bem que isso não passa de uma utopia!
Menumak - Iara Margolis - 07/09/2010

domingo, 23 de maio de 2010

Que seja eterno enquanto dure! Mas nós temos opção do tamanho do eterno!

“Ah, foi a vida... cada um tomou seu rumo!”

Quantas vezes não colocamos a culpa na vida para situações de desencontros com entes queridos? Divórcios, fim de relacionamentos, amizades, familiares... não há quem não passou (ou não vá passar) por um desencontro deste.

Para muitos, a vida é a desculpa. Para mim, a incompatibilidade de momentos é a resposta. O fato é que nossa vida é baseada em escolhas. Estas, por sua vez, estão baseadas na realidade nas quais vivemos. O que acreditamos ser certo hoje, talvez amanhã não seja mais. Como também, talvez seja.

Estas divergências com nossas próprias opiniões, acrescidas com estes mesmos fatores das pessoas a nossa volta se tornam motivos constantes de desordem. E o resultado desta equação é que cada um toma seu rumo. Mas a culpa não é da vida, é nossa!

O dialogo, o respeito e o entendimento das mudanças (que sempre vão aparecer) são as chaves para prolongarmos o tempo de um relacionamento. Temos que parar de colocar a culpa em fatores externos e assumir as nossas responsabilidades. Aproveitar enquanto os momentos são compatíveis e, saber contornar os incompatíveis.

As mudanças são constantes, cabe a nós convergi-las a nosso favor.

Menumak - Iara Margolis - 23/05/2010

domingo, 16 de maio de 2010

Realmete somos os animais racionais?

Nós, seres humanos, somos os animais racionais; os demais, irracionais.

Você não acha que esta é uma afirmação meio prepotente nossa?

Nós achamos que somos os mais espertos do mundo, os reis. Entretanto, os verdadeiros reis não precisam dizer que eles são reis. O motivo? As pessoas já sabem, a autoridade é legitima.

Mas nós, não... nós precisamos afirmar que somos os poderosos, que somos mais inteligentes, que nós pensamos, somos seguidos por lógica, diferente dos demais.

A ironia é que o mundo, hoje, está pedindo socorro. A nossa inteligência trouxe-nos para o desenvolvimento atual, algo glorioso. Em contra partida, a nossa arrogância para os problemas ambientais.

Por acharmos que sabemos de tudo e que podemos ultrapassar qualquer limite, nos esquecemos da humildade de que isso pode não ser verdade.

E a verdadeira força do mundo, o meio ambiente – nosso habitat – resolveu nos lembrar nossos limites. Em algum momento da desordem, a ordem reaparece. E, agora, está na hora de acordarmos, de realmente sermos racionais: parar de pensar com a barriga (ambição) e começar a pensar com a cabeça.

Se não protegermos o que nos pertence, a próxima espécie que nos estudar nos rotulará de animais irracionais. Afinal, por sermos racionais somos os únicos que agimos irracionais e destruímos o nosso habitat.
Menumak - Iara Margolis - 16/05/2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

De Heródoto Barbeiro

Esta não é criação minha, mas é espetacular
“Todo mundo 'pensando' em deixar
um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que 'pensarão' em deixar
filhos melhores para o nosso planeta?”

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sem Culpa, Com Culpa ou DesCulpa?

Não consigo entender a complexidade humana em complicar as situações. Vocês já pararam para observar a quantidade de desculpas que nos rodeiam?

Pois bem, para mim são exceções (e raras) as situações nas quais alguém assume o erro e visa a melhoria continua e não a competição pela razão continua.

Que mal existe em assumir um erro, um equivoco ou uma frustração seja lá do assunto abordado? Que vantagem há em ganhar uma batalha pela razão e não uma batalha pela “aprimoração”?

Pergunto que culpa tem em ter culpa? É uma ofensa a desculpa ou um orgulho a sem culpa com culpa?

Uma desculpa pode ter menos culpa do que uma razão com culpa!
Meumak - Iara Margolis - 15/04/2010

domingo, 7 de março de 2010

Geração Descartável

Existe algo mais cômodo que em uma festa de aniversário colocar copos e pratos descartáveis? Trabalho zero! Acabando a festa tudo o que se precisa é de um saco de lixo e uma vassoura.

Questões ambientais e políticas a parte, vamos nos focar nas questões sociais.

Estamos tornando nossos bens descartáveis, assim como nossas roupas, os objetos, até os relacionamentos são superficiais. O pior é permitirmos tornar a nossa filosofia de vida descartável, pois temos a errônea idéia de que tudo podemos trocar, jogar fora.

Deixamos de pensar no próximo, no mundo, nas conseqüências dos nossos atos, pois tudo podemos dar um simples DEL.

Manumak - Iara Margolis - 07/03/2010

domingo, 31 de janeiro de 2010

Sangue Azul

Por que o seu sangue é mais azul? Explicarei melhor esse questionamento.


No século VIII, na Espanha, a nobreza indicava a sua veia azul como sinônimo de nobreza. Então o questionamento poderia ser reformulado para: por que nos achamos mais importantes que os outros? Ou simplesmente por que os outros são mais importantes do que eu?

Atualmente, em qualquer âmbito social, podemos fazer essas perguntas: No transito, nos shoppings centers, nos relacionamentos de amizade, em nosso ciclo familiar, empresa, entre outros. Um exemplo clássico é o indivíduo que estaciona seu carro no meio da rua, para aguardar algo, atrapalhando todo o transito. Se você está no carro e alguém buzina a resposta é “que pessoa mal amada, não pode esperar um minuto”, entretanto se você está atrás de uma pessoa que lhe atrapalha, já reclama “não pensa no coletivo, que absurdo atrapalhando o transito todo”.

E quem tem razão?

A razão está na falta de empatia, hoje perdemos o poder de nos colocarmos no lugar dos nossos semelhantes, de escutar, de entender o mundo e com isso achamos que nossos problemas são mais importantes. Logo, que nós somos mais importantes, acentuando o ciclo do individualismo e falta de coletividade.

Então sugiro o questionamento do “sangue azul”, enfatizando que as veias, que dão a aparência azulada, nada mais são que a “tubulação de retorno” do sangue “sujo” ao coração e pulmão, para sua purificação.

Menumak - Iara Margolis - 31/01/2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Das babás aos problemas sociais modernos

Estava na espera de uma consulta médica quando entram na recepção do consultório duas mulheres e um bebê, com aparentemente nove meses idade. O que era de se esperar? A mãe, a filha e a babá. Embora esta cena me aparentasse estranha, parecia ser bem normal aos olhos dos demais pacientes que aguardavam junto a mim. Com um pouco mais de atenção, não muito mais, percebi que a criança estava o tempo inteiro ao colo da babá e a mãe, sem se importar, lia uma determinada revista da semana.

Aquilo me revoltou e ao longo da espera mais e mais babás chegavam, com os “seus” bebês e suas respectivas patroas. Muitas das perguntas preliminares feitas pela secretária, as babás respondiam melhor que a própria mãe da criança. E, em enumeras vezes a criança buscava chamar atenção de sua mãe, entretanto era recriminada.

Analisando a situação sob outra ótica, acompanhamos nos jornais e nos noticiários casos de agressão e desrespeito dos jovens para com os pais, em sua maioria por motivos banais. A falta de diálogo e afeto, envolvimento cada vez mais precoce com o álcool e demais tipos de drogas, acentua esta violência que extrapola os limites ético-sociais, motivados por uma rebeldia aparentemente sem causa. Mas, o por que disto? Como a sociedade chegou a esse ponto?
Em uma análise de lógica básica, podemos concluir que partindo das babás chegamos aos problemas sociais modernos. Podemos visualizar que as pessoas antigamente sonhavam em constituir uma família. Na primeira oportunidade casavam e tinham seus filhos. Atualmente os jovens, em sua maioria, almejam o sucesso profissional, sem com isso abandonar a vontade de encontrar um parceiro que compartilhe de seus sonhos e desafios do dia-dia. Enquanto alguns jovens almejam casar e ter filhos, outros deixam “a vida os levar”. Até está analise, nada demais. O problema se dá quando o filho nasce e a busca incansável dos pais pelo sucesso se torna maior que suas obrigações paternas. As cobranças profissionais são grandes e as pressões do nosso cotidiano os fazem abdicar ou até mesmo terceirizar suas famílias.

Assim, chega a figura da babá. Os filhos obviamente sentem essa ausência, resultando em uma enorme carência afetiva, que desenvolve e gera uma espécie de “vale-tudo” para chamar a atenção dos pais. Em decorrência da imaturidade da idade, a forma de chamar a atenção; algumas vezes equivocadas, e em muitos casos exagerada, enfrentam com isso, sermões, castigos ou até mesmo agressões físicas ou verbais. Essa criança cresce carente. Essa carência é acumulada e transformada em ações impactantes ao longo de suas vidas, podendo pender para dois caminhos:

1. A superação para o positivo. O esforço para ter um elogio, torna os terceirizados em pessoas surpreendentes e profissionais brilhantes;

2. A superação “vale-tudo”: Rebeldia, violência, traquinagem, “pegação”, drogas, bebidas, e ultrapassar os limites estabelecidos – a obsessão pelo fazer errado.

Ambos os caminhos refletem a sociedade que estamos lentamente criando. Filhos fascinantes ou problemas gritantes. O grande destaque é que o segundo ponto chama mais a atenção, uma vez que as ações são preocupantes para a sociedade.

Desta forma me pergunto: Onde se encontram as críticas ao excesso de babás? As negligências dos pais? A falta de educação, limites e preocupação com o futuro?
Se realmente nos preocupamos com o futuro de nossa sociedade e de nossos filhos, não deveríamos nos doar mais ao próximo? Importarmos-nos mais com nossos semelhantes? Um bom começo seria, a meu ver, começarmos isso dentro de nossas famílias.
Menumak - Por Iara Margolis 21/01/2010