quinta-feira, 21 de abril de 2011

A preocupação perdulária

 Você merece, sua família merece, você ainda vai ter um, [e] sua felicidade está aqui!
Slogans jargões, que conseguem fazer com que as necessidades do ser humano se transformem. Numa inversão de valores ameaçadora à sociedade.
Antes o ter era mais importante que o ser. O que a pessoa possuía era mais importante do que quem a pessoa era. Hoje, a situação está mais preocupante.  A hierarquia aumentou.
O ser visto se tornou mais importante do que o ter, que por sua vez é mais importante que o ser.
As mídias sociais demonstram uma carência de afeto e um desespero dependente pela saída do anonimato. As publicidades demonstram uma sociedade que necessita ser guiada, egocêntrica e frágil extremamente dependente de bens e serviços para conseguir ser feliz e, assim, se tornar especial.
Em um conjunto de desprezo da essência humana juntamente com a dissipação dos valores, os valores  consumistas tendem a nos fragilizar emocionalmente, tornando-nos pessoas viciadas, condicionadas a sentirmos ser o que a sociedade entende que nos temos e, assim, moldar quem somos.
Para quê se preocupar com questões filosóficas, ter que pensar e nos desafiar, se podemos facilmente comprar nossa felicidade? E, depois, ainda aumentar esse significado mostrando a todos aquilo que almejamos ser, tentamos ser ou compramos o nosso ser? A superficialidade termina nos consumindo. Afinal, nós merecemos ser felizes.
Iara Margolis - Menumak

3 comentários:

  1. Sem dúvida o melhor dos textos!!! Muito bom mesmo ;-) Muito bem colocado em pauta este consumismo desenfreado que nos cerca, que faz com que pessoas se individem em nome de um desejo e necessidade, por muitas vezes ilusório e vazio.

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  2. Viva o consumismo merecemos ser felizes!!! Muito bom texto. Concordo

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  3. Infelizmente o ser é menos importante que o ter...um dia isso muda...ou tudo acaba.

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