segunda-feira, 2 de maio de 2011

In-formação X I-formação: uma dose de alienação e outra de imersão.

Muitos dizem que estamos na Era da Informação, uma era [pós]moderna, cujo deu um novo paradigma para a sociedade. Onde o aprendizado, a educação e o conhecimento se tornaram fatores importantes à sociedade e aos indivíduos.
Porém, podemos dar um outro viés a esta era. Iniciaremos com a Era da In-formação.
In tem uma conotação de negação, neste caso, a negação a formação. Uma contradição diante da era da informação, onde potencializamos o ser “educado” e com conhecimento. Todavia, quando analisado o que seria a formação, podemos ver que potencializamos a formação informativa e desprezamos a formação pessoal e social. Desprezamos o caráter e a essência da palavra educação.
Segundo o dicionário online Priberam, educação é o conjunto de normas pedagógicas que tendem ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito; o conhecimento e a prática dos usos da gente fina; instrução, polidez, cortesia. Ainda segundo o dicionário, educar significa dar educação a; adquirir os dotes físicos, morais e intelectuais que dá educação.
Diante disto, podemos perceber que desprezamos as palavra cortesia e principalmente morais e desenvolvimento do espírito. Negamos e desvalorizamos estas palavras, podendo chegar ao cúmulo de se tornarem elogios ou vergonha em tê-las perante um determinado contexto ou grupo.
Se analisarmos o In na língua inglesa, vemos que pode significar dentro, interno, ou quem vive dentro, no nosso caso, de uma era de informação superficial, teórica e externa.
Seguindo com o segundo viés, podemos também estar na era da I-formação, ou eu formação.
Uma era egocêntrica, ego-expansiva e de egolatriada (idolatria ao ego). Onde criamos um espelho constante aos nossos interesses e nossas vontades e esquecemos que o espelho nada mais é do que um vidro com, geralmente, uma camada de prata. O problema consiste no efeito do espelho: quando atingido por um feixe de luz, este reflete e atinge nossos olhos permitindo a reflexão da nossa própria imagem. E, “desconsiste” no efeito do vidro de ser transparente, como uma janela, protege permitindo ver o horizonte ao mesmo tempo em que dá uma possibilidade de ver um reflexo do nosso ser estendido nesta imagem.
Assim, vivemos numa era contraditória, estamos imersos dentro de um lado obscuro do nosso próprio ego e negamos uma formação consistente do nosso verdadeiro in. Negamos um aperfeiçoamento da nossa formação, da nossa essência. Estamos dentro de uma era que paradoxalmente vivemos dentro do “eu” e alienados a este “eu”.
Iara Margolis - Menumak

3 comentários:

  1. Concordo no sentido de que em um tempo, onde se fala tanto em Informação e conhecimento, onde os acontecimentos viram notícias, quase que em tempo real, os jovens e em muitos casos, não tão jovens, passam alheios a tudo isto...vivem suas realidades como se nada mais importasse. Perdem a capacidade de olhar ao seu redor e perceber que há muito mais a ser observado. A bio-ética é um conceito novo que está surgindo, diz respeito as condutas das pessoas (agir com retidão, bom senso), em outras palavras, perceber o próximo, saber o limite de seu direito e ter a consciência de não estar ferinado os direitos dos que o cercam. Parabéns pelo texto!!!!

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  2. Muito bom! Gostei muito do jogo de palavras! Texto INteligente!

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  3. Este mundo o qual vivemos...só destruindo tudo para poder fazer novamente...ehehe

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